Queridos irmãs e irmãos,
Que a paz de Deus, de Jesus Cristo e do Espírito Santo esteja com vocês.
Com alegria e entusiasmo, apresentamos o material que orientará a Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC).
A inspiração bíblica é a frase atribuída aos magos, em Mt 2,2: “Vimos o seu astro no Oriente e viemos prestar-lhe homenagem”.
Lembremos que o contexto no qual Jesus nasceu era de conflitos provocados pela presença do Império Romano na região que, hoje, conhecemos como Oriente Médio. A forma do Império manter o controle na região era através de um rei, geralmente uma pessoa com expressividade política e legitimidade junto às elites locais. O papel deste rei não era o de garantir justiça e paz às pessoas, mas o de zelar pelos interesses romanos na região. Como em quase todos os contextos dominados por poderes imperiais, no período do nascimento de Jesus o Império Romano impunha a paz com muita repressão e cobrança de altos impostos, que impactavam em especial na vida das pessoas mais pobres.
Havia grande descontentamento junto à população. Alguns grupos se organizaram com o objetivo de se manifestarem contrários à exploração e à violência.
Desde o tempo dos profetas, o nascimento de um novo rei judeu, libertador, era anunciado, conforme Is 9.6-7. A população empobrecida tinha muita esperança de que esta profecia seria cumprida e, por fim, poderia viver em paz. Herodes temia a realização da profecia. Seu medo era o de perder o poder. Por isso, ele mandou assassinar todos os meninos recém-nascidos a fim de evitar o nascimento de alguém que ameaçasse o seu reinado.
Os magos do Oriente conheciam as profecias que anunciavam o nascimento de um Messias. E foi assim que, ao avistarem uma estrela luminosa no céu, seus corações encheram-se de esperança. Eles compreenderam que este astro anunciava algo grandioso, capaz de transformar a situação de abandono e desanimo vivido pelas pessoas.
A estrela que iluminou o caminho dos magos e os conduziu até a manjedoura em Belém é a confirmação do cumprimento da promessa de Deus. Um novo tempo iniciou. A criança recém-nascida foi protegida da tirania de Herodes. Era possível sentir esperança novamente, e reafirmar que a violência não teria a última palavra.
Neste momento em que finalizamos a adaptação do material da SOUC, edição 2022, acompanhamos os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia, cujas consequências ainda não conhecemos. Experiências de guerras anteriores, como as do Vietnã, Congo, Angola, Irã, Iraque, Líbano, Síria, entre outras, nos ensinaram que quem sofre as consequências é a população civil. São as pessoas comuns que veem seus filhos, filhas, pais, mães, avós e avôs morrerem, suas casas sendo destruídas e, quando sobrevivem, muitas são obrigadas a buscar refúgio em terras estrangeiras.
Tão impactante e destrutivos quanto os confrontos armados são os bloqueios econômicos impostos a países. O Afeganistão, neste momento, é um dos países afetados por um bloqueio econômico que faz com que 90% da sua população enfrente grave insegurança alimentar.
Pessoas cristãs e de diferentes tradições religiosas são afetadas por estes conflitos violentos. Muitas comunidades são destruídas. É por isso que a essência das mensagens das tradições de fé é sempre a paz entre todos povos e nações. A violência, seja ela qual for, sempre será um contratestemunho da fé.
A estrela do Oriente, neste ano de 2022, nos convida a sermos tão confiantes quanto os magos. Que não tenhamos medo e nem duvidemos que a paz com justiça é possível.
Oremos, ao longo desta Semana, pela paz entre todos os povos!
Com saudações ecumênicas,
P. Inácio Lemke - Presidente
Presbítera Anita W. Torres - Primeira Vice-Presidente
Cônego José Bizon - Segundo Vice-Presidente
P. Mayrinkellison Wanderley - Tesoureiro
Bispa Magda Guedes Pereira - Secretária
Pa. Romi Márcia Bencke - Secretária Geral