
"...Eles, porém, gritaram com mais veemência: 'Crucifica-o!' Pilatos, então, querendo contentar a multidão, soltou-lhes Barrabás e, depois de mandar açoitar Jesus, entregou-o para que fosse crucificado." (Mc 15.14b-15)
Páscoa é a vitória da vida sobre a morte. A afirmação incondicional da vida, no entanto, é antecedida pelos relatos das inúmeras violências sofridas por Jesus antes da sua morte na cruz.
Jesus foi condenado à morte por um julgamento manipulado, cuja sentença final resultou do desejo de Pilatos em contentar uma multidão munida por uma sensação de poder ao ser perguntada por quem deveria ser libertado da morte na cruz, se Jesus ou Barrabás. As muitas campanhas difamatórias contra Jesus ecoaram na multidão que não hesitou em libertar Barrabás e condenar Jesus.
A violência atravessa a história humana. Jesus foi um dos inúmeros inocentes assassinado pelo ódio, pela manipulação da justiça, pelo fundamentalismo religioso e pelo oportunismo político.
O ano de 2024 iniciou com muita violência. Lembremo-nos do Haiti, da Palestina, de Burkina Faso.
O Brasil é um país em que a violência foi normalizada. As pessoas espancam e atiram pelo simples fato de suas vontades não serem atendidas ou por se sentirem superiores em relação ao outro, seja por pertencimento de classe, raça ou gênero.
Diariamente, a condenação injusta de Jesus se atualiza em situações como as da violência praticada contra trabalhadores de tele-entrega, de racismo e de violência contra mulheres, pessoas LGBTQIA+, indígenas, comunidades originárias e tradicionais.
Deus, por meio do túmulo vazio de Jesus, nos dá a certeza que a violência não será maior que a plenitude da vida. Celebrar a ressurreição de Jesus é a oportunidade que temos de abdicar do sentimento de que agir com violência é poder.
A mensagem de Páscoa é de não violência.
Que a fé em Jesus não se limite a orações vazias e mesas fartas. Oremos para que a fé no Cristo ressuscitado nos comprometa com relações humanas pautadas não pelas agressividades e arrogâncias, mas pela solidariedade e o direito à não violência, garantido a todas as pessoas.
Jesus Ressuscitou, Aleluia!
Assinam essa mensagem:
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil – CONIC
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil – IEAB